quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

N2 - a mais longa estrada...

Foi no passado dia 26.11.2011 que decorreu esta aventura, mas tudo começou bem antes.
Depois de ter sido desafiado através do Facebook, lançámos o repto aos nossos companheiros. Na impossibilidade de muitos, o casal beirão ponderou a sua participação e decidiu arriscar. Em boa hora o fizemos.
Chegado o dia 25.11.2011, no final de um dia de trabalho, e já com 240 km de enlatado percorridos, por volta das 20 horas arrancou o casal beirão em direção a Chaves (mais 150 km), onde a organização e os participantes pernoitariam, de quartel-general montado. Que "briol" estava lá fora.
Eram cerca das 21h30 quando demos entrada no Hotel Aqua Flaviae, não sem antes apreciar a "maquinaria" (cerca de 200) já estacionadas à porta, seguindo depois para um belo jantar que nos esperava aos dois.

Por volta das 22h30 fomos assistir ao resto do briefing da organização com os participantes. Quando se foi receber as instruções e demais material, deparámo-nos com os 1ºs contratempos: o nosso GPS não era compatível com o da organização, pelo que não poderia ser descarregada a informação no mesmo. O recurso ao método antigo do velho "mapa" foi efetivamente a alternativa. Da próxima já sabemos: ou é GARMIN ou então não dá! Ficámos também a saber que seríamos dos últimos a partir, no turno das 7h da manhã (houve quem partisse às 5h, outros às 6h. Sem stress...)
Depois disto, arrumar as motas na garagem e aproveitar umas horitas para descansar antes da grande aventura.

Às 6h da matina toca a levantar, vestir e arrumar tudo. Um bom pequeno-almoço à descrição reconfortou-nos a "alma" antes da dureza que nos esperava. Arrancámos em direção ao Km 0, e por volta das 7h20m foi-nos dada ordem de partida. Fotos para mais tarde recordar e "cá vamos nós os dois, e seja o que Deus quiser".

O intenso nevoeiro, aliado à humidade e ao frio não facilitaram ao início. A 1ª paragem rápida deu-se à entrada de Vila Real, mas a 1ª paragem a sério foi em Penude, num cafézinho onde aquecemos os ossso um pouco mais, pois o Sol nesta altura já queria dar de si. Entretanto, temperaturas negativas, algum gelo na estrada, mas sempre muita vontade e animação. Os "Caberg Rhyno" e os "Cardo Scala Rider" fizeram maravilhas.

De partida novamente e 1ª foto obrigatória (prova solicitada pela organização) após cerca de 146 km.
O tempo foi melhorando, e a viagem começou a decorrer com maior normalidade.
Passagem por Viseu, e em frente a casa, lá seguimos em direção a Tondela, onde o meu "impulsionador" para a causa motard esperava ver-nos passar, o que conseguiu para felicidade de todos nós.
Às portas de Santa Comba Dão, uma olhada mais séria no mapa, pois a partir daqui até depois da Aguieira é algo confuso. A assistência da BomCar sempre em cima do acontecimento lá nos tentou ajudar. De repente um laivo de discernimento atingiu-nos e lá seguimos o nosso instinto que se aveirou correto.
O local para a 2ª foto obrigatória é que não foi nada fácil de encontrar, mesmo para alguns "organizadores". Sem dúvida um dos locais mais espetaculares do percurso: é onde a estrada entra pela água dentro. Com esta história perdeu-se quase 1 hora, mas nada que nos demovesse, nem às dezenas de companheiros que optaram pelo mesmo.
Retomando as operações normais, lá seguimos em direção à Barragem da Aguieira, progredindo até Penacova, onde nos esperava um "almoço volante". Rapidamente nos recompomos e face às horas, arrancámos assim que possível, na tentativa de não nos atrasarmos em demasia. Vila Pouca de Aguiar e Góis foram as localidades que se seguiram.

O marco dos 300 km foi o local para a 3ª foto obrigatória. Pedrógão Grande e Sertã vieram logo a seguir. Umas voltas na Sertã para "atinar" com a rota e esticar as pernas, e lá seguimos em direção a Vila de Rei, não sem antes parar no Centro Geodésico de Portugal, e mais uma foto obrigatória.

Enquanto muitos chegavam ao local, eu e a Orquídea decidimos fazer-nos à estrada, pois ainda faltava outro tanto. À entrada de Abrantes uma pequena contratura muscular obrigou-me a parar e a caminhar uns minutitos, mas nada de especial.
Depois de recomposto, foi sempre a andar, até parar para uma foto com o pôr-do-sol em pano de fundo, numa típica paisagem alentejana, ao km 471 (enganei-me a ler as instruções, e pensei que fosse aqui a 5ª foto obrigatória, mas afinal deveria ter sido 100 km antes...paciência). Desfrutado que estava o momento, arrancámos em direção a Montemor-o-Novo onde acabámos por atestar os nossos ferros para a parte final do percurso. Uma "bucha" no estômago e lá partimos em direção a Almodôvar para reencontrar os nossos amigos "algarvios", o Vira e o Trindade. À entrada de Escoural um acontecimento poderia ter ditado outro destino nesta aventura: a cerca de 90 km/h, noite escura, à entrada de uma curva, fiquei completamente sem luzes (tal como aconteceu no ano anterior): pés no chão, travagem "quase" a fundo, pé direito na valeta e alerta para a Orquídea para se aproximar devagar com a sua "central eléctrica ligada". Só mesmo o susto! Optámos por andar uns 700 metros, mesmo sem luz, para chegar à povoação e ver o que se passava com a ajuda da iluminação pública. Fusível, foi o que foi.
Reposto um novo, fizemo-nos à estrada, e só parámos mesmo em Almodôvar, onde o nosso amigo Trindade (correção feita!)  saltou literalmente para a estrada indicando o local de encontro. Para além do Vira, o Trindade e um jovem casal ferroso aguardavam há horas pela nossa chegada. Uma pequena paragem que pareceram horas, pois foi um momento importante para nós: reencontrar estes amigos e companheiros longínquos. Novamente montados nos ferros, os nossos amigos escoltaram-nos no trajeto final onde nos esperava um dos percursos mais fantásticos do dia: atravessar a Serra do Caldeirão e as suas curvas em número igual aos dias do ano. À saída de Almodôvar, paragem para a última fotografia obrigatória.
Depois foi sempre seguir a "escolta". Curva à direita, curva à esquerda, mais fechada ou mais aberta, foram para todos os gostos. Uma paragem num miradouro em plena Serra do Caldeirão, sem iluminação pública, mas o suficiente para aquecer a "alma" numa boa confraternização. Foram-se as pilhas e os intercomunicadores. Partida para o último troço, e chegada finalmente a Faro. Depois de umas voltas à procura da "chegada", e já em fase de desistência, uma consulta mais minuciosa do mapa fez-nos ponderar com mais objetividade o local possível e lá fomos "marcar o ponto".

Despedidas e agradecimentos, o Vira ainda escoltou-nos até Vilamoura, onde iríamos pernoitar no Crowne Plaza. Mais umas manobras para estacionar os nossos ferros, despedidas e fomos dar entrada no hotel, onde o jantar há muito nos esperava. O cansaço tomou conta de todos os participantes, e pouco depois da meia-noite poucos foram aqueles que resistiram ao "chamamento das mantas".
Uma aventura memorável, sem dúvida, num percurso que merecerá outra investida, mas com mais dias para desfrutar efetivamente da sua beleza. Pelo menos para nós será para repetir dessa forma, pois o que vimos merece-o.

No dia seguinte, com todo o conforto à nossa disposição, fizemos "gazeta" e fomos tomar o pequeno-almoço já tardito, vagueando de seguida pelas instalações do hotel, em amenas cavaquerias com alguns participantes e o staff da organização, trocando as nossas peripécias e opiniões. Com a hora de almoço a aproximar-se, tivemos de cair "na real", e fazer-nos à estrada de regresso, coisa que em seis horas e meia se cumpriu nas calmas.





Venha a próxima aventura!

Razão de ser

Este universo da internet é espaço que não pode ser mais ignorado, e dado que nos permite viajar e procurar tudo o precisamos para as nossas viagens, decidimos criar este repositório das nossas aventuras e convívios, dado que é uma forma diferente de termos sempre à mão um "álbum" fotográfico e comentado de forma a nos lembrarmos destas referências na nossa memória. É pessoal, mas como não somos únicos nem solitários, é para todos.
Fazemos igualmente parte da família Star Riders Portugal, onde o lema é "One Aim, One Spirit, One Passion", com uma paixão comum pelo mundo dos ferros, e pelo mototurismo.
À medida que a disponibilidade temporal permitir, vai-se completando.